Ser pai me fez repensar muitos episódios de minha vida. Um deles foi o momento em que saí de casa para ir morar em uma república estudantil (saudades da Guaxinim) em São Carlos. Talvez sair de casa seja a metáfora mais clara do que chamamos de sair da zona de conforto.

Engraçado que à época não me pareceu ter sido algo relevante, apenas uma consequência da ordem natural das coisas. Hoje vejo que não é bem assim. Sair de casa é sair da proteção e dos cuidados daqueles que te criaram desde o nascimento. É como ser jogado em uma piscina que não dá pé sem a certeza de que conseguiremos nadar. E exatamente por isso é importante ter alguém ou algo para ser boia neste momento. No meu caso, o apoio incondicional dos meus pais foi o que me fez agir com naturalidade na transição; eu sabia que se não desse conta poderia voltar para casa.