Estou lendo Sapiens, de Yuval Noah Harari e fiquei pensando sobre o que chamamos de status quo e como é possível pensar fora da caixa e mudar a forma como as coisas são feitas.

O tema central do livro gira em torno do fato de que os seres humanos tem uma capacidade de se conectar em sociedades maiores que qualquer outro mamífero jamais imaginou. Segundo o argumento do autor, de forma bastante resumida, isso se deve à nossa capacidade de criar mitos que são aceitos por todos, mitos esses capazes de nos organizar socialmente.

Esses mitos são defendidos pelo que chamamos de status quo. Os mitos só se tornam amplamente (em muitos casos globalmente) aceitos se existe um círculo “vicioso” que reforça o mito e o torna “natural”, mesmo não tendo nenhum respaldo biológico que o justifique. As pessoas jurídicas, os países, a religião, o capitalismo e o socialismo são alguns desses mitos que aprendemos a aceitar desde que chegamos ao mundo.

O livro é perturbador exatamente por tocar em pontos centrais da forma como aprendemos a conviver em sociedade. Todavia, nos dá um arcabouço que nos permite pensar “fora da caixa”. Só se pode modificar a forma de viver e melhorar nossa vida em sociedade a partir do momento em que entendemos e questionamos os padrões que nos são passados como “naturais”. Todos os grandes breakthroughs da humanidade surgiram de pessoas que tiveram a capacidade de contar uma história diferente do antigo mito tido como verdade absoluta. Mas, num âmbito mais local, todo agente de mudança é, em algum momento, tido como um louco exatamente por romper com o status quo.

Caso tenha interesse, tem um TED do autor com algumas ideias do livro neste link.